Nota-se que naquele dia, já era noite. Todos dormiram, um a um. Pela manhã, a mesa chamava por cada um deles.
- Vamos? - Ele perguntou.
- Vamos. - Disse o ar que rondava os corpos.
Então fizeram a receita e cada um foi até seu ponto. Aqueles raios de sol fininhos que entravam pela janela, eram ótimos figurantes. O latino se esgueirou sob a mesa, a menina olhou para a cena e ele teceu um dos seus comentários. A menina concorda, o latino ri e ele se emociona com sua própria sensibilidade.
Cada um analisa aquela cena de um jeito tão individual como a nuca. Os olhos baixos escaneiam os corpos. As mãos tentam envolver uma a outra. As bocas deixam escapar pequenos sorrisinhos pelo canto. E as mentes f r e n é t i c a m e n t e batem palmas!
- Ah! Que espetáculo é a vida! - diz o pequeno grilo.
- Um daqueles bem "Lynch", que você não entende, mas acha graça e no fundo sabe que tem um sentido. - Ela retruca.
- E que é até bem simples, mas se fosse direto, quem é que daria atenção? - Ele indaga.
Então o grilo volta a fazer seu som peculiar...
( Histórias de Grilo II - Igor Lessa, 01/12/2005 )
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