Augusta sofria de angústia. Olhava através da janela de seu quarto e pensava no peso da atmosfera. O invisível é sempre o que mais faz diferença, ela sabia.
Um dia bebeu, chorou e desceu correndo a rua Augusta. Pensou que ia encontrar o fim da angústia. Sorte dela que não. Quando ia fazê-lo, todos os passarinhos e cigarras da cidade cantaram em coro a sua música preferida e com as lágrimas dela começaram a escorrer pequeniníssimos pontinhos pretos, que os pássaros trataram de bicar de pronto e em seguida se puseram a guiar Augusta até sua casa. No fim das contas, Augusta não dormiu em casa... Nem dormir ela dormiu! Ela chorou, ela correu, ela rolou-se, ralou-se, cortou-se e caminhou. Mas agora, amiguinhos, Augusta não sofre mais de Angústia. E um dia ela ainda volta à Augusta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário