Anúncios Google

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

As Rosas Negras

Há dias em que acordo com profundo desgosto por tudo o que há na Terra. Tenho vontade de colocar uma calça camuflada, um coturno, uma máscara, um casaco militar, um cinturão de granadas e outro de munições, um fuzil nas costas e sair por ai andando, procurando um rumo, acampando pra dormir, andando pra viver. Nesses dias tenho apenas um sentimento: o inverso perfeito do amor. Não estou falando de ódio, isso não descreve. Falo do inverso de um sentimento que me faz apreciar flores, pessoas, luz, música. Algo incolor e injuriante. O inverso do que há de bom. Nesses dias sou só um furto, um espectro, um avatar do desgosto.
Quando não há amor, o motivo que me faz sair da cama é fabricado com muito ódio. Sou cinismo, indiferença, produção compulsiva, em larga escala. Algo dentro de mim, mordendo os lábios, saindo sangue, olhos vermelhos, grita: "eu não quero amar!". Nessas horas meu Self habita os subúrbios da minha alma, vestido com máscara, coturno e fuzil.


Imagem: "O Ódio", Jose Luis Fuentetaja. 1971

Um comentário:

marden disse...

Ô igor! Fui entrando aqui e já gostando de pisar esta grama estranha! Mas, apesar de tudo-muito-bom, tá pecisando de uma aparada (ou umas plantas novas)!

Identidade muita e além com os seus textos. Manda algo novo aí, camarada!

Prazer e um abraço verde!

Se quiser passa aqui ó http://outronome.blogspot.com/

Meus cactos!

 
Olhando Pra Grama