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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
As Rosas Negras
Quando não há amor, o motivo que me faz sair da cama é fabricado com muito ódio. Sou cinismo, indiferença, produção compulsiva, em larga escala. Algo dentro de mim, mordendo os lábios, saindo sangue, olhos vermelhos, grita: "eu não quero amar!". Nessas horas meu Self habita os subúrbios da minha alma, vestido com máscara, coturno e fuzil.
Imagem: "O Ódio", Jose Luis Fuentetaja. 1971
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
O Problema da Engrenagem.
Nasci com uma mente inclinada a identificar padrões. Isso se reflete desde a organização das roupas no armário, aos livros na minha estante. Os padrões aparecem pra mim em tudo, tanto nas coisas físicas como no mundo conceitual. Com isso, tenho reparado padrões diversos no comportamento humano. Espécies de funcionamentos onde cada pessoa, cada ato, cada coisa é uma peça e, relacionando-se todas entre si, geram um funcionamento padronizado. Um desses padrões tem me incomodado muito ultimamente.
As pessoas, de um modo geral, costumam ter as ferramentas certas, mas trabalham do jeito errado. Por exemplo, nas relações amorosas, as pessoas vão vivendo e em certos momentos da vida elas têm uma ferramenta poderosa nas mãos, chamada "pré-disposição a se apaixonar e viver em dupla". Até ai, ótimo. Então elas pegam essa ferramenta e vão atrás de usá-la. Acham um alguém e aplicam a coisa toda. O problema é que muitas vezes esse alguém, enquanto outra peça da engrenagem toda, não se entrega à paixão do atuante e, além de não amar e construir um relacionamento, magoa a outra pessoa que, consequentemente, vai se vingar disso, mesmo que inconscientemente, na próxima pessoa que for usar a ferramenta "pré-disposição a se apaixonar e viver em dupla" com ela, gerando ai outra incompatibilidade na engrenagem por questão de ordem. A coisa toda funcionaria perfeitamente com as mesmas peças, só que em outra ordem. Seria assim: A pessoa com a ferramenta "pré-disposição a se apaixonar e viver em dupla", acha a outra pessoa com a ferramenta "pré-disposição a se apaixonar e viver em dupla" e aplicam uma na outra, gerando assim o funcionamento "viver um grande amor", ao invés do "decepcionar-se e vingar-se no próximo".
É tudo muito científico, sabe...
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Eu Sou Prolixo.
Cansaço.
Vencer, para mim, é superar amanhã o Igor de hoje.
Estar, para mim, infelizmente não conheço. Meu presente é sempre conjugado no futuro, que, por sua vez, é sempre no outro dia.
Cansar pra mim é freqüente e é freqüência.
Constatar, para mim, é cansaço.
Sinto-me cansado...
Freqüentemente cansado.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Sobre a fé no terceiro.
sábado, 23 de fevereiro de 2008
O Terceiro.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Na sequência, o segundo...
Sinto-me um transeunte. Passo pela vida andando, meio lento, meio rápido. Olho o relógio na mão esquerda, as horas continuam lá e não faz a menor diferença o posicionamento dos ponteiros. O tempo é falho...
Muito movimento, pouca calçada. São muitos os transeuntes. Eu só sinto a vontade de parar por entre todos, feito pedra, ficar lá. Daí esperar, esperar, esperar... Dormir um pouco e acordar quando todos estiverem parados, olhando nos olhos uns dos outros, profundamente, como se tivessem entendido que a caminhada incessante era pra nos levar àquilo. Nos levar uns aos outros. E eles finalmente saberiam desfrutar disso. Haveriam abraços muito mais longos que o de costume. Haveriam suspiros de amor profundo. A mentira nunca mais seria solicitada. Todos os lábios seriam só verdade.
A gente precisa parar pra olhar. Embora a vida nos tome tempo e o ego seja um filho pocessivo, há muita dinâmica num olhar preciso. Vale o esforço. No fundo, no fundo, debaixo do Self, mora um alguém que vale a pena.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Me, my self and I.
Olhando pra Grama era um antigo blog que tive dos 15 aos 17 anos de idade mais ou menos. O nome é o mesmo, assim como a intenção: um local pra eu vomitar certas coisas...
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Ego-Zentrismus.
Ego-Zentrismus. Convivo comigo 24 horas por dia. Mesmo quando durmo, meus sonhos contêm minha presença. Conheço cada centímetro do meu corpo. Já sei sair bem em fotos. Sei quando me afeta, quando não me afeta e quando pode ser que sim e que não. Sou íntimo de mim mesmo. Gosto da minha companhia e converso comigo em voz alta. Tenho variados tiques nervosos. Tenho dificuldade de olhar meus próprios olhos no espelho por muito tempo. Fico com vergonha! Intimidado. De certa forma eu intimido. As pessoas não sabem se podem me tocar e escolhem bem as palavras quando querem fazer uma piada. Bobeira delas... Na maioria do tempo meu semblante é sério. Sou assim desde pequeno, meio trevoso... Sou defensivo. Desisto rápido de quem não gosta de mim. Ou quando é o que parece - pra mim. Não sou egoísta. Mas as vezes preciso de espaço, solidão e algum luxo material. Escondo lágrimas atrás de sorrisos (des)pretenciosos. Sou frágil. Sou forte.